O que não há dúvidas é que o Brasil tem que melhorar bastante seu sistema de proteção social. Nesta epidemia ficou claro que a rede de proteção não foi aberta de forma rápida o suficiente para proteger os vulneráveis.
Outras crises virão. Em um mundo globalizado, epidemias se disseminam rapidamente. Além disso, já começamos a entrar em uma era de crises ambientais. Essas crises são multiplicadoras de ameaças, elas criam condições para que outras crises ainda maiores apareçam. O Brasil tem que ter um sistema de proteção social preparado para isso. Esta pandemia mostrou que, literalmente, a vida dos mais ricos depende da proteção aos mais pobres.
Há muitas maneiras de se fazer isso. Duas coisas precisam começar agora: inclusão bancária massiva, de modo a deixar a infraestrutura financeira pronta para receber transferências em uma emergência e, além disso, um sistema de cadastramento mais amplo, que possam ser usados rapidamente para expandir a assistência e cobertura em caso de necessidade. O Brasil já fez coisas impressionantes, inclusive com biometria, que é o caso do cadastramento eleitoral. Conseguirá fazer também um cadastramento social amplo, sem dúvida. Não estou dizendo que é fácil, estou dizendo que é factível.
* Comentário escrito pelo Economista e Professor Visitante em Princenton Marcelo Medeiros
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